sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Primícias do Sono.

Fito ininterruptamente a xícara com o café ainda muito quente. Dois cigarros ainda restam no maço. Sem hesitar acendo um dos cigarros e uma forte sensação de devaneio percorre essa minha malícia frustrada das manhãs de domingo. E ao ponto de não entender os passos – o caminho percorrido secretamente pela minha perdida imaginação – ouço o canto permanente dos pássaros. Os pássaros que canta suave o raiar do dia. Não compreendendo o meu estado físico e, meio moribundo, de uma manhã de domingo impregnada pela neblina seca, que cobre tudo lá fora. Ouço em silêncio o canto dos pássaros, e a batida muito lenta do meu coração. Eu estou cansado, talvez mais cansado do que estava há alguns minutos atrás. Não consegui dormi nas últimas 19 horas seguidas. Ontem o dia passou sonolento e pesado. A noite adentrara suave e muito nítida em meu âmago sossegado, e tímido. O que resta para mim nesta manhã solitária é essa imagem seca da neblina encobrindo tudo. O dia parece que será tácito e, o meu instinto rotineiro busca um plano perfeito para compreender a alma do universo estabelecido na natureza humana que há nas coisas. Não sinto o vento correr. Tudo está pálido e parado lá fora. Ainda agora o perfume da morte ventilara nos ares secretos do meu quarto. Quão tola minha existência, pois que até a morte a ignora. Acho que finalmente vou dormir, mas antes fumarei o último cigarro, e tomarei o café, que está na xícara.

® Thiago França Bento.

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