quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

O sol não brilhou está manhã/

Ergui-me sonolento. Ouço o cachorro anunciar, com um choro lamentável, a chegada silenciosa de quem nunca repartiu nada comigo. Fui até ao banheiro, ergui a tampa do vaso para urinar. Geralmente não preciso levantar a tampa do vaso para usá-lo, ela sempre está erguida. De fora do banheiro sinto-me observado. O som quer sair, mas o silêncio ganha, o silêncio sempre ganha. Eram dez horas da manhã. O telefone toca. Apresso-me para atendê-lo. – Alo? – não é aqui não, senhora, é engano. Era engando, toda vez é engano. A perda considerável de expectativas vem crescendo, no entanto o meu comportamento tem sido verdadeiro. Meu sentimento, vez e outra, quer ser o motivo para justificar o fato de eu não sentir o gosto do café na minha boca.


® Thiago França Bento.

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