domingo, 6 de dezembro de 2015

Reflexo Efêmero.

O espelho do banheiro totalmente embaçado pela fumaça do banho quente, que acabara de tomar. Ele demorou a perceber a sua imagem destorcida, que estava refletia no espelho. Demorou ainda mais para perceber, que alguém refletia no espelho. Leve piscada com os olhos, não estava entendendo, de repente pensou, que nunca tinha entendido nada. Permanecendo ali – parado – fitando o buraco fundo, que por um momento o espelho tivera se transformado, que refletindo sua imagem, não suportava o fato de não se reconhecer. Os traços ainda permanecem sendo os mesmos, só não sabia em quem se tornou. Entendera em um súbito pensamento invasivo, que passara por sua mente, o quanto sua vida estaria embaçada, assim como o espelho. Não sabe ser, e não sabendo ser, deixa de ser o que vive sendo. O peso úmido do silêncio o envolveu, o silêncio pesando suave na pele nua, como um poema suado, permanece no silêncio com sua pele úmida.


® Thiago França Bento/2015.

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