domingo, 13 de dezembro de 2015

Consciente inexistente.

Quando enfim o frio da noite adentrou a janela do meu quarto, pude então perceber tamanha solidão. Havia estado por horas, sentado na cadeira debruçado na mesa por cima de livros e recortes de jornal. Buscando desesperadamente por uma ideia que descrevesse o real aspecto da minha incapacidade emocional. A mesma sensação fria de antes perturbava a minha estadia, tomando meu corpo, uma auréola gelada envolvia-me. Levantei para tentar observar de onde vinha uma música fina que trinava nos meus ouvidos – talvez estivesse marcada na memória. O cansaço do meu corpo vencia-me muito rapidamente, e em nada que eu me pusesse a pensar distraia-me a atenção do meu estado seco e, sem inspiração. Um caos implantado dentro da minha cabeça. Essa sensação de inutilidade, esse desconforto emocional. Anônimo na vida, um conto persistente de uma racionalidade que não encontra razão no consciente. Tudo a minha volta definhando. E esse abismo de todas as coisas é o sossego.


® Thiago França Bento.

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