terça-feira, 10 de novembro de 2015

A revelação.

Então seguindo peregrino e desesperado eu ainda mantenho as lágrimas da fé. Meu coração não aprendeu a ser o alvo. Meu coração tem sido medonho quando o corpo se entristece. Da cama, ergui-me trêmulo e sem controle. Minha vida que se diga, o frio do silêncio tomou conta de mim, como se toda realidade fosse um perigo constante. Eu tive que tragar a realidade antes que ela me convencesse. E então eu era o que sou preso a essa carne aparentemente sólida. Eu sou o lírico das manhãs. O cinzento do dia, a parte despercebida do humano. Num dia de inverno, numa hora mansa da madrugada, com o pensamento deslocado eu simplesmente não era nada. A sensação tornara-se absurda. Desesperadamente muda. Abstrata. Minha alma atordoada perdeu o brilho. E então eu sou o pensamento, o mesmo pensamento de sempre. A cena muda de outrora, o tempo criado embaixo dos meus olhos. Que suprema revelação! Eu sou o pensamento que se tornara para sempre pálido e, muito confuso. O céu adormece em mistérios ocultos, e tentar decifrá-los é ter com ele um grande e, profundo desgosto.


® Thiago França Bento.

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