segunda-feira, 5 de outubro de 2015

O hospício das certezas.

Deus! Compreendemos a vossa misericórdia para com todos nós, mas entenda também que as necessidades tem sido uma das principais causas para tantos desastres e tantos pecados cometidos. O querer e o poder – passaram do ponto. Em uma desordem humana – tudo é desencontro desesperado.

Suplicando pacientemente eu tenho uma dor profunda, e um fado pesado sobre as costas. Eu adentro madrugadas, múltiplas suplicas na busca pelo conforto das respostas. De Deus mesmo! Um silêncio também profundo adentrava a rocha terrestre das minhas questões. Um ponto obscuro de ideias – a minha falha noturna é tecer rezas desarmoniosas. E como quem não sabe rezar. Tentar ir de encontro ao tão grandioso Deus de todas as coisas.

Mas, passada o inútil destas reclamações, meu espirito já inquieto transfigura-se na imagem desconcertante de certezas recém-criadas pelo meu ego. Na vida há um ponto coerente sobre o saber: Se você sabe. Cala-te por completo na sua filosofia indefinida! E dentro do desespero perturbador dos ignorantes, que se dizem sempre saber, encontramo-nos cara-a-cara com um blasonar infinito de afirmações sem firmamentos. Os que não sabem – danam-se a falar e falar!

A vida de conflitos intermináveis, essa ressonância de tudo, dentro da ignorância do nada. Reparemos calmamente na direção do vento, que hora indefinido, encontra repouso no cume das árvores. Dando-nos a imagem perfeita de uma dança. Encontramos a sintonia perfeita da liberdade, onde o querer dentro do poder é um templo de realidade. Reparemos também na facilidade do voo que os pássaros desempenham – uma harmonia talentosa – que nos dá a doce sensação da liberdade. Mas, entendo que a realidade é a monotonia do tempo – que com tempo – passa como passa esse vento.

Chegando a conclusão precária destas minhas ideias, sobre querer entender as certezas que a vida nos obriga a ter, entendo que assim como os sonhos, as certezas fazem parte do domínio estéril da imaginação. Bem tolo! A imaginação é construída por desejos friamente consolados pelas vontades. As certezas são pecados guardados especialmente para as horas da inquietude da alma.


Thiago França Bento/2015.

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