terça-feira, 22 de setembro de 2015

Lençóis Suados.

Era uma cena que se transformava. As vozes frescas evocavam sete palavras de amor: (perdoe-me a confusão, mas não se sabe ao certo se eram palavras de amor), amizade, memória, viagem, água, sono, medo e festa. As palavras entrelaçavam-se, aconchegavam-se. O quarto onde existia uma mesa e sobre a mesa um jarro com três rosas; amarela, vermelha e branca, as cores se misturavam, remetia uma sensação de prazer absoluto. Se bem alembro Nosso Senhor Jesus Cristo mais uma vez crucificado, enfeitava a parede ao lado de um quadro, velho quadro, do homem sem camisa, que fitava o nada. Um deserto atravessado, tudo cabia dentro daquele quarto. Longas ruas, praças, velhos e crianças. Eu estava parado, amedrontado de tal forma que o suor escorria pelo meu corpo. O peso do mar sobre meus frágeis ombros. Sentia-me menino outra vez, e era como se toda a minha vida estivesse ali. Despertado – Isto me parece uma grande tolice. O ar morno que percorria pelo quarto, vinha de um braseiro de lata, que emanava uma luz fraca, luz tremula. Um arrepio espiritual, mas minha carne defrontara com a sensação desconhecida de todo o ambiente. Que episódio breve, muitos homens e mulheres. Entregues, despidos da moral, tudo um carnaval de ideologias. Essa base indeterminável. A sanguessuga consciência: dormir é para quem tem calma.


® Thiago França Bento.

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