quinta-feira, 30 de julho de 2015

O verso do Universo.

No alto céu acinzentado um recolhido deslumbramento. O céu está imerso a um silêncio fúnebre. Paira sobre os ombros largos da cidade um redemoinho calado que o vento trouxera sem que ninguém percebesse. A espera, do outro lado, com um canto pálido, jaz o rapaz vigorosamente. Orgulhoso o rodopiar do vento, fere o sentimento nulo do rapaz, que com os olhos vidrados, encara-o sem intimidar-se. E é quando por estranha imposição o vento desmonta-se e some preso ao ar. No templo vicioso do vento mora todas as inquietações, perturbações. Eis que fervilha tudo envolta da multidão. O universo é o verso desesperado. Há qualquer interrogação no pensamento curioso do rapaz. Qualquer espantar-se com a ideia da realidade.


® Thiago França Bento.

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